Prefeitura de Maricá promove visitação à primeira Farmácia Viva do município

Atividade tem como objetivo apresentar para a população o potencial terapêutico das plantas medicinais cultivadas na Farmacopeia Mari’ká

sexta-feira, 17 outubro 2025

Foto: Bernardo Gomes

A Prefeitura de Maricá, por meio da Companhia de Desenvolvimento de Maricá (Codemar), em parceria com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), promoveu nesta sexta-feira (17/10) uma visitação à Farmacopeia Mari’ká, a primeira farmácia viva do município, localizada na Fazenda Nossa Senhora do Amparo, no bairro do Caju.

Cerca de 30 pessoas participaram da atividade, que teve como objetivo aproximar a população do trabalho realizado no local e apresentar o potencial terapêutico das plantas medicinais cultivadas na cidade. Os visitantes puderam conhecer de perto a plantação e os produtos naturais desenvolvidos pela farmacopeia.

“Essa visita é muito importante para que a população saiba que temos o potencial de produzir fitoterápicos e manter uma produção vegetal capaz de atender à demanda dos remédios artesanais. Também serve para mostrar a diversidade de plantas que podemos cultivar em Maricá, atendendo tanto às demandas da saúde quanto às da população em geral. Apresentamos toda a diversidade genética desenvolvida pela UFRJ e disponibilizada aqui em Maricá para os produtores locais”, destacou o engenheiro agrônomo Matheus Gonçalves, que conduziu a visita ao lado de outras profissionais da equipe.

Com 10 hectares de área cultivada, a fazenda abriga espécies como lavanda, arruda, alecrim, guaco e citronela, entre outras. A produção inclui tinturas para xaropes e extratos, mel de abelha comum e silvestre, além da extração de óleos essenciais utilizados na fabricação de velas aromáticas, loções, sabonetes e álcool em gel, todos distribuídos gratuitamente à população.

Entre os visitantes, a bióloga Estella de Lima, moradora da Mumbuca e integrante da Área de Proteção Ambiental das Serras de Maricá (Apasemar), destacou a relevância científica e cultural da experiência. “Para mim é uma visita técnica. Eu já queria conhecer a farmácia há algum tempo e está sendo algo extremamente rico e importante. Venho de uma família tradicional que sempre usou chás e ervas no lugar de remédios, e muitas das espécies que utilizamos estão aqui, além de outras que nem sabíamos que tinham esse potencial. As informações que aprendemos aqui não vão ficar na gaveta, serão usadas na vida e para enriquecer nosso trabalho”, contou.

Moradora do Jardim Atlântico Leste, em Itaipuaçu, e participante do projeto de compostagem Baldinho do Bem, Eliomar Almeida também destacou o aprendizado e o resgate da tradição. “Sempre recebemos mudas daqui e quis vir conhecer de perto. Todo município deveria ter iniciativas como essa. É conhecimento e cultura. Precisamos resgatar o uso das ervas e dos chás, temos que aprender”, disse.

Já Janete Ferreira, também moradora de Itaipuaçu e participante do mesmo projeto, celebrou a oportunidade. “Estou há 18 anos em Maricá e participo de todas as iniciativas da cidade. Eu, que amo plantas, estou encantada. Estamos resgatando o que os nossos avós faziam.”, afirmou.

A Farmacopeia Mari’ká

A Farmacopeia Mari’ká é um projeto voltado à pesquisa, desenvolvimento e produção de plantas medicinais, produtos naturais e fitoterápicos, promovendo o acesso a terapias tradicionais e sustentáveis. A iniciativa tem como base a agroecologia, a valorização dos conhecimentos tradicionais e a biodiversidade local, desde o cultivo orgânico de plantas e cogumelos medicinais até a manipulação e disponibilização de fitoterápicos na rede de saúde.

O projeto se conecta ao Programa Municipal de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PMPICS), garantindo suporte institucional e a ampliação do uso dessas terapias no SUS.

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